amores expressos, blog da Adriana

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Don't let me down


o anel que tu me deste / era de vidro blindex (Bith)


Mala como livro e livro como bagagem. Porque a vida é algo que se leva às costas, com custo, ou sobre as mãos, com delicadeza. (Ondjaki)



Joca e Tadeu no pub Mayflower


Pensávamos que a Fête de la Musique ia virar a noite. A última coisa que vimos dela foi um bloco de samba passando pela rue Mouffetard, e atrás dele só não ia quem já tinha morrido, e sabe-se lá qual os passos que as pessoas aqui atribuem ao samba, valia qualquer coisa desde que fosse divertido. O baticum empolgou mais que todas as bandas cover dos Beatles, do que os caras tocando Hendrix na nossa rua. Se bem que estava bacana o grupo perto da estação Cardinal Lemoine tocando Don’t let me down.

Encontramos o Joca Terron e a Bel, mulher dele (voltando do Cairo), o Tadeu Jungle e a Marcela, amiga e ex-assistente dele que mora em Londres, num pub perto da Mouffetard, onde havia várias placas de carros dos EUA (!) decorando a parede. Inclusive do Colorado e do Novo México. Eu me senti em casa. Lembrei do carro do Paulo que dirijo no meio de muita neve, visibilidade zero, 4x4 e peloamordedeustomacuidado, -22 graus lá fora. Mas essa é uma outra história.

O Joca e a Bel contaram causos de humor negro do Cairo. O Joca me desejou boa sorte pra escrever uma história de amor em Paris. A questão: evitar o lugar-comum ou assumi-lo, fazer um pacto riobaldiano? Le diable dans la rue.

Bebemos. Stella Artois e Guiness. Voltamos a pé desde lá até nossa casa no 14º arrondissement, um trajeto imenso, o Boulevard Arago inteiro desde a Avenue des Gobelins até a Place Denfert-Rochereau. No caminho um rapaz bêbado e feliz passa por nós: “Bonsoir, monsieur-dame. Je vou embrasse très fort.” (“Boa noite, meu senhor e minha senhora, um abraço muito apertado.”)

No caminho, Tadeu angariava a atenção das multidões com a câmera. Télévision? Os franceses perguntavam. Télévision du Brésil, o Tadeu dizia, para delírio geral, e sempre algum chovedor-no-molhado lembrava de Zizou e... (Fiche moi la paix, não me encham o saco, mesmo ele sendo o jogador mais bonito daquela copa. Certo: há controvérsias.)

O Mikael, filho de 9 anos do Paulo e obcecado pela Tour Eiffel, pediu a ele que tirasse uma foto. Então tá. Hoje fomos fazer programa de turista. Mas chovia tanto, chovia tanto, meu guarda-chuva laranja comprado em Teresópolis não dava conta de nós dois, e nada de foto da torre, fomos parar no Centre Culturel du Japon na Place Kyoto, compramos um incenso de lótus depois de o segurança nos revistar para entramos no prédio e na lojinha.

Gabriel, meu filho, me mandou e-mail: “Oi, meu pai me deu um remedio e hoje dia 19 não tive febre mas ontem eu tive mas foi febre baixa, eu tenho que tomar o remedio de 12 em 12 horas, eu ja estou melhor da gripe. Vi o sherek 3 no cinema com a Julia e a Ilana.”